Foto de outubro de 2011 do indiano Fauja Singh, considerado o corredor mais velho do mundo, que morreu em 14 de julho de 2025. — Foto: Handout/Scotiabank Toronto/AFP
Porto Velho, Rondônia - O maratonista Fauja Singh, considerado o corredor mais velho do mundo, faleceu aos 114 anos na cidade de Beas, no norte da Índia, após ser atropelado por um veículo. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) por seu biógrafo, Khushwant Singh. A morte ocorreu na segunda-feira (14), no estado de Punjab, onde o atleta nasceu e residia. Fauja Singh tinha nacionalidade britânica, mas sempre manteve fortes vínculos com sua terra natal.
Apelidado de “tornado de turbante”, Singh se destacou internacionalmente por começar a correr maratonas aos 89 anos de idade, desafiando os limites da idade no esporte. Mesmo sem certidão de nascimento oficial, a família afirma que ele nasceu em 1º de abril de 1911, quando a Índia ainda era colônia britânica. Por esse motivo, Singh nunca teve seu nome incluído no Guinness World Records como o maratonista mais velho a completar a prova de 42 km, apesar dos inúmeros feitos registrados publicamente.
O maratonista chamou a atenção do mundo ao participar de grandes provas internacionais, incluindo a Maratona de Londres, Toronto e Nova York. Sua última maratona completa foi realizada quando tinha 100 anos. Em 2013, aos 101 anos, ele participou da Maratona de Hong Kong, completando os 10 quilômetros em 1 hora, 32 minutos e 28 segundos.
Além de suas façanhas atléticas, Singh também teve papel simbólico em eventos esportivos globais: foi um dos escolhidos para carregar a tocha olímpica nas edições de 2004 (Atenas) e 2012 (Londres), representando um exemplo de vitalidade e superação na velhice.
Legado de saúde e inspiração
De acordo com seu biógrafo, Singh mantinha uma rotina disciplinada que combinava caminhadas diárias pelo interior indiano com uma alimentação simples, à base de “laddu” (doce típico local) e queijo fresco feito em casa. Essa rotina, segundo ele, foi fundamental para sua longevidade e disposição.
— Meu tornado de turbante não está mais entre nós. Descanse em paz, meu querido Fauja — escreveu Khushwant Singh em uma rede social ao anunciar a morte do atleta.
Personalidades indianas e internacionais prestaram homenagens ao maratonista. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, usou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para lamentar o falecimento:
“Fauja Singh era extraordinário por sua personalidade única e pela maneira como inspirava a juventude indiana em um assunto tão importante como o condicionamento físico. Ele era um atleta excepcional, com uma determinação incrível.”
Um símbolo do envelhecimento ativo
Fauja Singh tornou-se símbolo global do envelhecimento saudável. Ao contrário de estereótipos que limitam o potencial físico dos idosos, ele mostrou que a prática regular de atividade física é possível em qualquer fase da vida. Sua história ganhou repercussão em diversos documentários, campanhas de saúde e homenagens internacionais.
Mesmo sem o reconhecimento formal do Guinness, Singh ocupa um lugar de destaque na memória esportiva mundial. Sua trajetória desafia paradigmas e serve de inspiração para milhões de pessoas que buscam qualidade de vida na terceira idade.
A morte de Fauja Singh representa a perda de uma figura ímpar do esporte e da cultura indiana. Seu legado, no entanto, permanece vivo como exemplo de superação, disciplina e amor à vida. Aos 114 anos, ele deixa uma mensagem atemporal: nunca é tarde demais para recomeçar.
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