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Apoiadores de Bolsonaro fazem ato em Copacabana e pedem anistia a acusados de tentativa de golpe

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participam de manifestação na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo. /// Manifestação reúne críticas ao STF, defesas de Jair Bolsonaro e exaltação a bandeiras do Brasil e dos EUA

Porto Velho, Rondônia - Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participaram, neste domingo (3), de um ato na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação foi convocada por parlamentares e aliados do ex-chefe do Executivo, com pautas centradas na anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, duras críticas ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre palavras de ordem como “fora Lula” e “fora Moraes”, os manifestantes empunhavam bandeiras do Brasil e também dos Estados Unidos, país citado com frequência nos discursos e faixas do ato. Um dos organizadores foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, que usou o carro de som para transmitir uma mensagem ao vivo do pai, colocada no viva-voz de seu telefone.

“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse Jair Bolsonaro, em áudio reproduzido para o público.

A presença do ex-presidente no ato foi apenas virtual. Jair Bolsonaro está submetido a medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que incluem uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair de casa nos fins de semana. Ele também está impedido de usar redes sociais — ainda que por meios indiretos —, embora não esteja vetado de dar entrevistas ou realizar discursos.

O ministro do STF entende que Bolsonaro condicionou a retirada de sanções comerciais dos Estados Unidos à concessão de anistia pelos atos golpistas, o que, segundo Moraes, pode configurar tentativa de extorsão institucional.

Atos em outras capitais e bandeiras americanas

Manifestações semelhantes também ocorreram em cidades como Brasília, Salvador e Fortaleza. Em todos os atos, foi possível observar a presença de bandeiras norte-americanas, o que chamou a atenção da opinião pública. Organizadores disseram que a bandeira simbolizaria “apoio à liberdade”, enquanto críticos veem o gesto como símbolo de submissão política a interesses estrangeiros.

A presença da bandeira dos EUA coincidiu com a circulação de informações falsas sobre a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes. A norma norte-americana prevê sanções a estrangeiros acusados de violações de direitos humanos, mas não há confirmação oficial de que Moraes tenha sido incluído na lista do Departamento de Estado dos EUA.

Ainda assim, mensagens atribuídas ao ex-presidente Donald Trump, que voltou a disputar a presidência dos Estados Unidos, circularam nas redes bolsonaristas em tom de apoio a Bolsonaro e críticas ao STF.

Flávio compara pai a Nelson Mandela

Durante seu discurso, Flávio Bolsonaro comparou o pai ao líder sul-africano Nelson Mandela, que ficou preso por 27 anos por lutar contra o apartheid e posteriormente tornou-se presidente da África do Sul e símbolo mundial da paz e da reconciliação.

“Mandela foi preso injustamente, como estão tentando fazer com Bolsonaro. Mas ele saiu mais forte, e é isso que vai acontecer aqui”, afirmou o senador.

A analogia foi criticada por especialistas e representantes de movimentos de direitos humanos, que consideraram inadequada a comparação entre o líder africano e o ex-presidente brasileiro, que atualmente responde a processos por tentativa de golpe de estado e ataques às instituições democráticas.

Além de Flávio, estiveram presentes no ato o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), parlamentares do Partido Liberal e influenciadores alinhados ao bolsonarismo. Em seus discursos, os oradores voltaram a levantar teorias sobre supostas fraudes eleitorais e abusos por parte do STF — temas já rechaçados por investigações oficiais e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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