Megaoperação da Polícia Civil do DF desarticula complexa rede de tráfico de drogas. — Foto: PCDF
Entorpecentes saíam de países vizinhos, como Colômbia, Bolívia e Peru, e eram distribuídos no Brasil por meio de uma complexa logística que envolvia transporte rodoviário clandestino e uso de veículos em más condições.
Porto Velho, Rondônia — A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, uma operação de grande escala voltada ao combate de uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. Denominada “Operação Irmãos”, a ação resultou no cumprimento de 127 mandados judiciais, sendo 52 de prisão e 75 de busca e apreensão, com alvos nos estados de Rondônia, Goiás e no Distrito Federal.
A ofensiva é fruto de uma investigação da Coordenação de Repressão às Drogas (CORD), com apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e participação conjunta das polícias civis de Rondônia (PCRO) e Goiás (PCGO), além de divisões especializadas da própria PCDF. No total, mais de 240 agentes atuaram na ação apenas no DF.
Tráfico interestadual e internacional
De acordo com o delegado Luiz Henrique Sampaio, responsável pelo caso, a organização criminosa operava uma rota internacional de entorpecentes, adquirindo drogas na Colômbia, Bolívia e Peru, que ingressavam no território brasileiro pelos estados de Rondônia e Acre. Posteriormente, os entorpecentes eram deslocados até o Distrito Federal, passando por Goiás, onde funcionava o centro de logística e armazenamento.
A quadrilha utilizava caminhões de carga e cegonhas transportando veículos usados como estratégia para ocultar os entorpecentes e evitar a fiscalização policial. Os entorpecentes, como cocaína e skunk, eram escondidos em compartimentos secretos de carros adquiridos em más condições, principalmente no estado de Rondônia. Tais veículos eram embarcados em caminhões e enviados para Goiânia, de onde a droga era redistribuída para o DF e outros centros urbanos.
Estrutura criminosa e movimentação financeira
Segundo a investigação, a estrutura do grupo era dividida em três eixos principais:
Centro de fornecimento, localizado em Rondônia;
Centro de transporte e armazenamento, situado em Goiás;
Centro de distribuição, operando no Distrito Federal, com foco na conversão do tráfico de atacado para o varejo.
Estima-se que a organização tenha movimentado cerca de R$ 20 milhões em um período de 12 meses. Durante a operação, a polícia apreendeu veículos, armas, entorpecentes, uma moto aquática e R$ 100 mil em espécie.
Os mandados foram cumpridos nos seguintes municípios:
Distrito Federal: Samambaia;
Goiás: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Águas Lindas, Senador Canedo e Santo Antônio do Descoberto;
Rondônia: Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados até o momento, e os detidos permanecem à disposição da Justiça. A investigação segue em andamento para apurar a possível participação de outros envolvidos e ramificações da quadrilha em outros estados brasileiros.
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