-->

Confira:

6/recent/ticker-posts

“O regime de Putin está começando a ruir”

Ex-coronel britânico vê sinais claros de colapso interno na Rússia e compara momento atual ao início dos expurgos de Stalin em 1934. /// Imagem: IA por Alexandre Borges

Porto Velho, Rondônia - O coronel aposentado do exército britânico Hamish de Bretton-Gordon publicou no The Telegraph artigo intitulado “O regime de Putin está começando a ruir”.

O autor, especialista em segurança e guerra química, descreve uma escalada acelerada de colapso político, econômico e militar na Rússia, com paralelos históricos diretos aos expurgos stalinistas do século XX. O tom do artigo é de alerta: o momento exige reação urgente do Ocidente.

“O ministro dos transportes Roman Starovoit foi encontrado morto, aparentemente por suicídio. Ao mesmo tempo, o bilionário Konstantin Strukov foi preso ao tentar fugir da Turquia em seu jatinho particular”, destaca.

Bretton-Gordon vê nesses episódios sinais de um regime à beira da desintegração. “Quase além da paródia, mais um alto funcionário russo é encontrado morto.”

A metáfora histórica proposta pelo autor é contundente.

“É tão provável que a Rússia esteja em seu momento 1934 quanto a Europa em seu momento 1939.” Ele lembra que o assassinato de Sergei Kirov, em dezembro de 1934, foi o estopim para os julgamentos de Moscou e os expurgos de Stalin.

Para ele, a morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, “misteriosamente após desafiar Putin”, seria o equivalente contemporâneo.

A Rússia atual, segundo Bretton-Gordon, é dominada por uma lógica de força bruta, não por instituições. “O sistema não pode resolver sensatamente problemas como corrupção, não há estado de direito. Há apenas o uso da violência bruta.”

O que resta, diz, é uma disputa de clãs mafiosos no comando do Estado.

O autor destaca também o colapso militar russo na guerra da Ucrânia, que se arrasta desde 2022.

“A operação especial de três dias de Putin entra agora no quarto ano, com mais de um milhão de baixas e crescendo mil por dia.” Para ele, as mães russas, que forçaram a retirada do Exército Soviético do Afeganistão em 1989 após 17 mil mortos, “parecem estar despertando por fim.”

A dependência externa se intensifica.

“O líder russo teve que comprar 30 mil almas da Coreia do Norte, sabe-se lá em troca de quê.” A menção é a soldados norte-coreanos enviados para o front. O gesto indica que “a Rússia está ficando sem recrutas para alimentar o moedor de carne.”

Putin, segundo o texto, já não consegue sequer atender aliados estratégicos. “Seu desprezo pelos apelos do aiatolá por ajuda contra os EUA é outro sinal claro de que a Rússia está totalmente fixada em sua desventura na Ucrânia.”

Com o Kremlin fragilizado, o autor faz um apelo claro às potências ocidentais.“Agora é a hora de o Ocidente apertar o cerco e impor uma paz justa à Ucrânia“, acredita o autor.

A única esperança, segundo ele, seria uma liderança europeia mais incisiva. “Que Charles III convença Macron e Starmer a liderar uma aliança militar europeia que possa convencer Putin de que a paz é sua única saída.”

O artigo propõe uma leitura dramática do momento russo e alerta para o risco de complacência ocidental diante de um regime que, segundo o autor, já não se sustenta sozinho.

Quem é Hamish de Bretton-Gordon

Hamish de Bretton-Gordon é um coronel reformado do exército britânico, especialista em armas químicas e segurança internacional.

Atuou como comandante da unidade de defesa química, biológica, radiológica e nuclear (CBRN) do Reino Unido.

Tornou-se uma das principais vozes do país em segurança global, colaborando com a ONU e a Otan em crises internacionais, incluindo a guerra na Síria. É colunista frequente do The Telegraph e autor do livro Chemical Warrior.

Fonte: O Antagonista

Postar um comentário

0 Comentários